segunda-feira, 28 de julho de 2008

GPS

O flagelo do GPS assusta-me. E posso falar disto com relativo à vontade porque também tenho um. O que me intriga não é tanto achar que o GPS é um objecto do mal ... mas sim que o portuga, desenrascado como é, achar que precisa de um sistema de navegação!!! Ora, isto vai provocar um fenómeno bastante parecido ao dos ursos polares, que com o aquecimento do planeta, não precisam daquela camada adiposa e felpuda toda em cima do osso!!!

Com o fenómeno da contaminação social, o Portuga começou a comprar sistemas de navegação à parva, só para dizer que tem um objecto sofisticado no renault clio, o qual muitas vezes custa mais do que o próprio chasso. Isto vai desprover, no meu entender, o referido cidadão das capacidades inatas de desenrasque que levaram séculos a desenvolver, lá desde o tempo do Infante D. Henrique.

Acabou-se assim a exploração de terras com nomes esquisitos no meio de nenhures algures no alto alentejo, acabou-se o ir parar a 100kms mais ao lado da rota pretendida ... O portuga vai ficar concerteza mais burro!!!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

RABISCOS ERRÁTICOS

Recordo um sentimento que tinha muito presente de falta de força de vontade. Tive-o até à bem pouco tempo, e questionava o facto de todos os outros terem imensa força de vontade para lutarem por tudo que querem ... menos eu.

Hoje em dia passa-se um pouco com a vontade de escrever ... ela é imensa, sem dúvida, mas muitas vezes o grande problema está em saber o que dizer, pois todos temos o grande defeito de querermos não só agradar a nós próprios como ao Outro. E é aqui que começam as complicações!!! O que é que o Outro gosta? Ao que é que Este dá importância ... O que escrevo tem algum significado? Terá algum impacto em alguém?

Tais duvidas assolam qualquer aspirante a escritor, sem dúvida, e principalmente a mim, que ganhei uma fome imensa de escrever ... e um vazio inspiracional para saber o que dizer! Apetece-me escrever algo brilhante, perfeito, que tenha um impacto severo no Outro, mas olhando para o Hoje ... parece-me que tudo ja foi dito, e que tudo o que se possa dizer, será mais uma repetição plagiante de ideias inovadoras, do que propriamente a introdução de sangue novo, de ar fresco ao mundo.

Vai dai que ... prefiro reflectir sobre os processos do que própriamente sobre as ideias ... porque de ideias está Este inferno cheio!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

O POETA DO XXI

Sinto-me cansado da escrita, de ler, de bater nos mesmos lugares comuns da prosa e da poesia. Odeio Poesia! Odeio a corrupção que todo e qualquer singular têm impresso na poesia. Os grandes escritores ja la vão ... e sobramos nós ... os que desvirtuamos tal muy nobre arte com balelas sentimentais mais ou menos inspiradas, mais ou menos dramáticas ou que pintam cenários mais ou menos idílicos de acontecimentos que passaram, sempre envolvidos em utopias imaginárias de perfeição.

Quero viver de experiências e não de letras. Quero que o mundo deixe de tentar ser Cesário.A escrita amadora parece um canil ... andamos todos a cheirar merda uns dos outros e a elogia-la com latidos aprovadores ... ou rosnanços menos simpáticos! Bom, pelo menos mantemos contacto com o nosso lado mais primitivo! Há que manter os pés assentes na terra é o que eu nunca digo ... mas queria!E porque é que nós aqui escrevemos? Falando por mim ... porque me dá na vinheta! porque ás vezes me dá para tal ... porque penso sempre que vai ser a representação mais perfeita do pensamento!

Assim concluo mais uma parafrenália de letras juntas, que se perderão na imensidão de ideias imortalizadas pela virtualidade que aqui se apresenta, e nada de bom ou de valor acrescenta ao mundo. Sou apenas mais um que não sabe escrever!

ADORO TORRESMOS

Adoro torresmos e tascos com paredes de cal, emergidas na escuridão, fugindo do sol abrasador de uma tarde de verão. Adoro o sabor da carcaça e do torresmo comprimido, acompanhado por um copo de água suja com borbulhas, simbolo do imperialismo americano, enquanto no fundo do tasco se ouvem as vozes roucas daqueles a que a idade e o "copo 3" cheio não perdoam.

Não é uma sensação nostálgica, é sim uma pequena viagem no tempo ao velho Portugal, aos velhos costumes, ao sitio dos avôs, porque nem sempre foram assim velhos, como nós os recordamos. Ao vislumbrar a porta quase que voltamos ao passado, quase que temos a sensação de ver passar um espada dos anos 60, onde viaja o "doutor" lá da aldeia. Quase que vejo entrar o avô com a mãe ás costas, vestida com uma saia de fazenda, duas tranças e umas sabrinas cor-de-rosa.

Hoje tal sitio é apenas um "tasco" perdido no meio da civilização, entalado entre uma casa "fashion" de artigos "rusticos" e uma pastelaria take-away. Posso mesmo considerar este curioso espaço como ele próprio muito "rústico", que é como quem chama antigo sem ofender.

Da minha janela, perdida de entre as milhões desta cidade ... tenho saudades da "rústica" sandes de torresmos!!!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

NAÇÃO ESCONDIDA

Somo um país timido, escondido por detrás das saias de antigos feitos, e sempre que confrontados com a dura realidade, logo nos encolhemos para com os nossos botões. Diz a literatura que a nivel de Empreendedorismo, de propensão para a inovação somos o povo com um dos maiores indices de evitamento do mesmo. Isto diz-nos algo!

E por sermos timidos, também somos invejosos, pois noto que quando há um esforço de uma entidade individual, seja sujeito ou grupo, de tentar "remar" contra a maré, facilmente é desdenhado e invejado por quem não consegue ter o mesmo espirito de iniciativa. Se a inovação é fortemente influenciada pela cultura do meio social em que actuamos, então e perdoem-me a expressão ... estamos bem fodidos!!!

Como mudar? É facil e é dificil! ... As soluções existem, as técnicas de mudança comportamental e atitudinal são conhecidas ... mas a aplicação de qualquer estratégia de mudança leva tempo e custa dinheiro ... e como a Responsabilidade Social ainda agora começa a ser moda, e o altruismo nem por isso está disseminado entre a fina flor dos grandes lobbys nacionais ... Há que esperar... ou ir mudando devagarinho ... tentando influenciar o vizinho do lado seguindo a velha estratégia do "se todos mudarmos um bocadinho ..."

sexta-feira, 18 de julho de 2008

CICLOS VICIANTES

Vou ter que recorrer ao deveras comum cliché dos ciclos viciosos pois a esta hora da manha ainda me faltam as palavras, uma consequencia directa da falta de cafeina. Ciclos Viciosos ... Imaginemos que por força das vicissitudes da vida caimos num ciclo de trabalhar pra pagar contas e imaginemos que nem conseguimos acabar sequer o 12º ano ... estamos bem fodidos.

Hoje a caminho do escritorio, passava por um jovem, pouco mais de 18 anos que caiu no velho ciclo do IBM (baldes de massa mesmo). Vinha a pensar naquele caso pelo caminho, e como é que aquela criatura sairia daquele sub-sistema... a verdade é que NÃO SEI! provavelmente entrou inicialmente no ciclo viciante de ganhar uns trocos para os copos e para a mota ou carro, qual jovem rebelde a querer sair de casa ... posteriormente todas as portas da sociedade que cada vez mais volta as costas a funções menos glamorosas.. se fecham na sua cara. Quando dá por si ... está ser promovido a servente!

Nem todos podemos ser chefes, ricos e doutores é certo, alguém tem que erguer as fundações da nossa tão querida sociedade decadente, então entramos num dilema socio-existencial ... como é que esta merda de sociedade pode sonegar e excluir certo de tipo de profissões e metiers que são autenticos pilares só porque os referidos executantes não andam de fato?

quinta-feira, 17 de julho de 2008

LETARGIAS

As reviravoltas da vida levam-nos a experimentar todos os dias novas sensações de "quente" e de "Frio". A janela de um autocarro é um optimo posto de observação da vida atarefada das formiguinhas portuguesas. Estatutos aparte, porque deste "posto" todos são iguais, seja de ganga ou fato, pergunto-me o que esconde cada olhar, cada cara. Pela minha vastissima inexperiencia da vida em sociedade, sei que existe mais devassidão e falta de pudor do que as faces lavadas com o sabão do capitalismo à primeira deixam transparecer.

Na verdade, eu não gosto muito de pessoas, acho-as despreziveis, cheias de agendas privadas, sem os velhos costumes, sem uma moralidade e principalmente desprovidas de qualquer tipo de civismo, ou coisa que o valha.

Por outro lado, tenho encontrado algumas pessoas que me arrancam facilmente sorrisos da boca, sem qualquer esforço. Isso diz-me que a humanidade ainda tem (alguma, pouca) esperança. Regozijo-me quando encontro pessoas com aquele certo brilho nos olhos, aquela magia da alegria de viver, que por detrás dos meus oculos escuros, ja é um pouco dificil de encontrar.

Tenho para mim que a sociedade alimenta-se de sangue humano, enquanto que em vez disso, deveria ser um dever do grupo social fazer transfusões aos pobres de espirito. Isto não é comunismo, é apenas contágio social. Na verdade não gosto de comunistas, porque os que há ... são maus e Marx ja se foi à muito tempo!!!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

INFLUÊNCIAS

Como li recentemente num blog de um grande amigo, "Invejo os Poetas". Subscrevo as suas palavras mas por razões diferentes. A magia da palavra perdeu-se ... e por isso invejo os poetas dos velhos costumes. Olho para a Sociedade da minha janela, e aproveitando as novas tecnologias, consigo olha-la também através da janela do computador.

O toque da folha de papel vai sendo substituida pelo toque do plastico barato do "mouse". A magia da palavra vai sendo perdida no meio desta aculturação facil e novos costumes. Não defendo que a escrita deva ser elitista, mas como qualquer arte necessita de um Dom. E enfrentemos a realidade, fazer rimas é facil, falar da lua e do amor, e de corações despedaçados, relações desencontradas evocando a areia da praia e o por do sol qualquer miudo de 10 anos faz.

Mas ... e a magia? Gosto de sentir os livros como um portal ... para a minha propria imaginação, gosto de entrar numa biblioteca e ouvir os sussurros das personagens ansiosas por sairem das paginas à muito escritas.

O poeta não é de circunstancia ... o poeta nasceu poeta!